A mobilidade urbana nas metrópoles brasileiras tem se tornado cada vez mais crítica com o aumento da motorização individual e ausência de investimentos em transporte público. Nesse contexto, surgem as bicicletas como solução para alguns dos problemas trazidos, especialmente no âmbito social e ambiental. Consideradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) o veículo mais sustentável do planeta, as magrelas representam uma ótima alternativa para fugir dos congestionamentos no ambiente urbano.
No caso do Brasil, é visível o aumento no número de pessoas que passaram a incluir esse meio de transporte no seu dia a dia. Com isso, surgiu também a necessidade de investimentos na malha cicloviária. E embora nossas cidades ainda estejam longe de ser modelo nesta área, temos evoluído gradativamente nesse sentido. Continue lendo este artigo e veja como nosso país está despertando para essa realidade.
Números
De dois em dois anos, desde 2011, um estudo realizado pela The Copenhagenize Index rankeia as 20 melhores cidades do mundo para pedaladas urbanas. O Brasil apareceu no ranking nas duas primeiras edições, sendo representado pela cidade do Rio de Janeiro, porém desde 2015 está fora da lista que considera 13 critérios, dentre eles infraestrutura, programas de compartilhamento, porcentagem de ciclistas, dentre outros.
O resultado reforça a realidade de que apesar do investimento em ciclismo ter crescido nos últimos anos, as cidades brasileiras ainda estão longe de serem modelos nesta área. Ainda assim, para se ter uma ideia, nos últimos 4 anos, as capitais do país mostraram um aumento de 133% na malha cicloviária, somando 3.291 km de vias destinadas às bicicletas. É o que aponta um levantamento feito pelo G1 e pela GloboNews junto às prefeituras das 26 cidades e ao governo do Distrito Federal em julho do ano passado.
As capitais com maior malha são: São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Além disso, existem muitas iniciativas locais em cidades menores que também estão alavancando o aumento de ciclovias. Apesar de ter mais que dobrado de tamanho no período, isso ainda corresponde a apenas 3,1% da malha viária total dos municípios (107.144 km).
Confira ao final deste artigo nossa lista com as 7 melhores cidades brasileiras para se pedalar no perímetro urbano com base no levantamento.
Benefício da bicicleta elétrica
O uso das bicicletas para deslocamentos urbanos no dia a dia tem estimulado o crescimento de novas categorias de bicicletas, como as bicicletas elétricas, uma tendência prevista pela Pedalla há algum tempo.
Funcionando com o pedal assistido, as bicicletas elétricas permitem ao ciclista acionar o sistema por meio de um display no guidão a partir da primeira pedalada. É aí que o motor elétrico entra em funcionamento e permanece assim enquanto o ciclista estiver pedalando. Dessa forma, o usuário economiza fôlego, minimizando o desgaste físico, chegando ao trabalho livre de suor, por exemplo. Mas, se desejar resgatar a sua primeira função — esportiva —, é fácil: basta desligar o motor e utilizá-la como uma bike comum.
Melhores cidades para se pedalar no Brasil
Agora que você já sabe o melhor jeito de aproveitar da malha cicloviária, confira a lista das 7 melhores cidades para se pedalar no Brasil.
1.São Paulo (SP)
Uma das primeiras cidades a implantar ciclovias no país, a capital paulista conta hoje com 498.3 km de malha cicloviária, sendo considerada a mais extensa da América Latina.
2.Brasília (DF)
Plana, a capital do país tem 465 km de malha cicloviária. Caracterizada pelas ruas largas, sem chuvas durante boa parte do ano, Brasília oferece faixas exclusivas para as bicicletas e é tida como amigável aos ciclistas.
3.Rio de Janeiro (RJ)
Com 458 km de malha, a cidade maravilhosa ocupa hoje a terceira posição do ranking brasileiro. O trajeto permite acompanhar a orla com um visual de tirar o fôlego e transitar pela cidade com maior segurança. É importante ressaltar, no entanto, que o Rio de Janeiro já ocupou posição de destaque, sendo a única cidade brasileira a aparecer no relatório The Copenhagenize Index, nas edições de 2011 e 2013, em 18º lugar e 16º lugar, respectivamente.
4.Fortaleza
Em 2016, Fortaleza comemorou o recorde histórico na promoção de segurança para ciclistas no trânsito, tendo ampliado em 154% a malha cicloviária da cidade. Com a iniciativa, a cidade passou dos 72,9 km ao final de 2012 para 185,2 km de rede cicloviária. Em julho de 2018, já eram 229.6 km, o que garantiu à cidade a quarta posição no levantamento.
5.Salvador
Usar bicicleta para se deslocar entre um roteiro e outro é opção de muita gente que prefere abrir mão de veículos motorizados para pedalar em Salvador. São 217,56 km de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. As áreas destinadas aos ciclistas estão à disposição da população em diversos trechos da orla e nas principais avenidas da capital, dispostas tanto nas vias principais quanto nas marginais.
6.Curitiba (PR)
Há quem diga que Curitiba é a melhor capital brasileira para quem gosta de circular de bicicleta. Afinal, com uma população inferior a dois milhões de habitantes, o trânsito é menos intenso e o passeio mais prazeroso e seguro. Se em julho do ano passado a cidade ocupava a sexta posição, com 204.2 km de malha cicloviária, tudo indica que em breve chegará mais próxima do topo da lista. Afinal, recentemente a prefeitura anunciou que a meta é chegar a 408 km de estrutura cicloviária até 2025.
7.Rio Branco (AC)
Segundo pesquisa divulgada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Laboratório de Mobilidade Sustentável (Labmob) e a Aliança Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), Rio Branco é a capital brasileira que mais investe, por habitante, em infraestrutura cicloviária de circulação. Com 107.4 km de malha cicloviária em 2018, a ampliação contínua facilita e qualifica a locomoção dos ciclistas, tornando o trânsito mais seguro e influenciando diretamente na redução de acidentes fatais no trânsito.